• SECCIONES
    • Audiovisión
    • Sound Studies
    • Cuadernos
    • RADIO
  • ARCHIVO
  • SOBRE NOSOTROS
  • CONTACTO
./mediateletipos)))
  • SECCIONES
    • Audiovisión
    • Sound Studies
    • Cuadernos
    • RADIO
  • ARCHIVO
  • SOBRE NOSOTROS
  • CONTACTO
02 octubre 2011

CRASH MUSIC – JOÃO PAULO FELICIANO

Written by Jose Luis Espejo Díaz
Mediateletipos eventos, música Leave a Comment

El 2 de octubre tendrá lugar en el hall de la Fundación Serralves Crash Music de João Paulo Feliciano.

O trabalho do artista e músico português João Paulo Feliciano (1963, Caldas da Rainha) assenta na fusão entre a música e as artes visuais. Até mesmo obras que aparentemente nada têm a ver com música são afinal por ela influenciadas em termos de processo. A não separação entre os papéis que um artista desempenha dentro e fora da galeria, o interesse em partes iguais pela cultura popular e pelas expressões artísticas eruditas fazem parte da sua prática criativa. Além disso, Feliciano revela uma urgência de comunicação com o público, uma vontade de o implicar directamente, que o distinguem num meio artístico ainda muito elitista.

Para além de integrar inúmeras referências ao universo da cultura rock, o seu trabalho enquanto artista confunde-se com iniciativas eminentemente musicais: já foi membro de uma banda – Tina and the Top Ten –, estabeleceu parcerias com vários músicos, nomeadamente com Rafael Toral no projecto No Noise Reduction, e fundou uma editora discográfica (Moneyland Records). Por diversas vezes, Feliciano utilizou o disco de vinil como material artístico: por exemplo, na peça Crash Music (1991), em que parte 50 LPs contra uma parede, ou em trabalhos que integram discos como elementos escultóricos de direito próprio, como Flying Saucer (1991) e Objecto Celestial (2008).

Não é, pois, de estranhar que o interesse de Feliciano pela música e pelos diferentes géneros artísticos coincidam neste Cover Without a Record, um irónico contraponto a Record Without a Cover (1985, reeditado em 1999) do artista norte-americano Christian Marclay, feito aliás com conhecimento deste. Apesar de haver artistas que se dedicam tanto à música como à arte, Feliciano e Marclay distinguem-se por praticarem ambas em simultâneo. Marclay (1955, San Rafael, Califórnia, E.U.A.) tem desde sempre combatido a separação entre públicos, acreditando que um mesmo indivíduo pode responder à música e às artes plásticas com entusiasmo igual. O artista revela um interesse particular pela energia do punk e do rock e pela tradução de elementos áudio em ferramentas expressivas e colabora com músicos e com escultores que incorporam música nos seus trabalhos, daí resultando colagens que se apropriam de uma determinada iconografia relacionada com aquelas expressões musicais. Entre os trabalhos mais relevantes de Marclay encontram-se os seus projectos com discos de vinil.

Record Without a Cover consiste justamente num LP vendido sem capa – sujeito, portanto, a todo o tipo de agressões exteriores. Este disco é paradigmático da sua exploração do limiar entre a música e as artes visuais: por um lado, tira partido do potencial criativo dos acidentes, pondo em marcha um processo muito concreto mas simultaneamente indeterminado quanto aos resultados finais; por outro, e de uma forma semelhante às estratégias de grande parte da arte do século XX, sublinha as características únicas do suporte que emprega, nomeadamente o disco de vinil. Com Record Without a Cover, Marclay assegurou-se de que ninguém se poderia esquecer da natureza do suporte: uma superfície de plástico barata, que se risca e se deteriora com o uso. Segundo as suas próprias palavras, ele pretendeu “dar uma voz” ao disco em si, tirando partido de características mais ou menos indesejadas: o constante som residual e as perturbações áudio intermitentes, que muitos melómanos encaram como um problema.

Referência subtil a um dos trabalhos mais icónicos de Marclay, a peça de Feliciano é, enquanto múltiplo, barata e acessível: potencial receptáculo para objectos mais ou menos anacrónicos e obsoletos (embora recentemente transformados em fetiche), sublinha ideias tão caras ao artista quanto as de reciclagem cultural, reactualização do passado, produção em série, ou punk “faça-você-mesmo”; por outro lado, corporizando o seu interesse pela música aleatória ou improvisada, pela incorporação do objecto quotidiano na obra artística, pela ideia democrática de múltiplo, resulta da convicção de que aquelas expressões musicais e artísticas – e os modos de vida que simbolizam – representam uma possível resolução para a herança dos movimentos Dadá e Fluxus, que nunca conseguiram aproximar realmente a arte do quotidiano.

Ricardo Nicolau

Compartir
 Previous Article JOSE MARIA PASTOR SANCHEZ: JDS7384 (Fonografia soziala)
Next Article   A quiet position [online] + Field Fest [Bruxelles, 12-15 Oct]

Related Posts

  • KAARMICC’: Audio-Homenaje / Audio-Tribute Miguel A. García (1978-2025)

    19/01/2025
  • Miguel Ángel García

    06/01/2025
  • The Losers Conspiracy – (V)

    25/02/2024

Leave a Reply

Lo siento, debes estar conectado para publicar un comentario.

mediateletipos.net Seguir

Sound art, audiovisual activism, and new media.

Avatar
Retuitear en Twitter mediateletipos.net Retuiteado
Avatar Robert Beatty @edsunspot ·
4 Sep 2024

Internet Archive forever, fuck copyright

Responder en Twitter 1831427228091183297 Retuitear en Twitter 1831427228091183297 222 Dar me gusta en Twitter 1831427228091183297 1461 Twitter 1831427228091183297
Retuitear en Twitter mediateletipos.net Retuiteado
Avatar Sergio Sánchez @jazznoize ·
24 Ago 2024

Deberíamos ir a grabar sus voces. Que suenen por megafonía. #talibanes #sonidos

Responder en Twitter 1827311211727192323 Retuitear en Twitter 1827311211727192323 2 Dar me gusta en Twitter 1827311211727192323 3 Twitter 1827311211727192323
Retuitear en Twitter mediateletipos.net Retuiteado
Avatar AGF ❤️‍ @poemproducer @poemproducer ·
28 May 2024

the entire human species should put all focus and resources to prevent ecocide, implement climate justice and force global disarmament, this is not naive talking, this is an urgent necessity ... we are one species, we decide how to become, alongside all life

Responder en Twitter 1795332083629568417 Retuitear en Twitter 1795332083629568417 1 Dar me gusta en Twitter 1795332083629568417 6 Twitter 1795332083629568417
Retuitear en Twitter mediateletipos.net Retuiteado
Avatar Los voluble @voluble ·
17 Mar 2024

Medio día de pregón,
Tarde de "searching for a good sample"

Id a muerte con Dios

Responder en Twitter 1769336726646911362 Retuitear en Twitter 1769336726646911362 2 Dar me gusta en Twitter 1769336726646911362 6 Twitter 1769336726646911362
Load More

Tags

acciones acústica arte arte sonoro artilugios artistas audiovisual charlas cine comunidades convocatorias copyleft cultura libre directos educación entrevistas eventos exposiciones festivales fonografía grabaciones de campo hacktivismo historia ideologías instalaciones instrumentos inteligencia colectiva internet libros música netaudio novedades nuevos medios paisaje sonoro podcasts radio recursos ruido software software libre sonido talleres textos videoarte vídeo

Comentarios

  • The Losers Conspiracy – (V) - ./mediateletipos))) en Existential cornerstone of DIY music
  • Pablo pelotudo callate que no sabes en Escribiendo sonidos

ENLACES

  • Artesonoro.org
  • Aurales
  • Escoitar.org
  • Observatorio de la Escucha
  • Sensxperiment 2011
  • Ursonate Fanzine
  • Zemos98
© Copyleft 2023. Algunos derechos reservados. Web alojada en Pumpun. I/O
Utilizamos cookies para asegurar que damos la mejor experiencia a nuestros usuarios y para desayunar. Si sigues navegando, asumiremos que estás de acuerdo.Chachi